Pesca

 

A atividade piscatória pertence ao sector primário e consiste na extração de recursos alimentares como peixes, crustáceos, moluscos, sal e algas, a partir de rios, mares, lagos e viveiros.

TIPOS DE PESCA

As técnicas bem como a forma de captura do pescado permitem classificar a pesca como artesanal/tradicional ou industrial.

PESCA ARTESANAL:

  • Predomina nos países em desenvolvimento.
  • As técnicas de capturas são rudimentares e pouco seletivas.
  • As embarcações caracterizam-se como frágeis de pequena dimensão e com equipamentos simples.
  • Opera nas zonas costeiras.
  • O destino do pescado é o autoconsumo e lotas ou mercados.
  • As capturas são feitas em pequenas quantidades.
  • A tripulação é reduzida.

PESCA INDUSTRIAL:

  • Predomina nos países desenvolvidos.
  • As técnicas de captura são sofisticadas.
  • As embarcações caracterizam-se como resistentes de grande dimensão e com equipamento sofisticado (semelhante ao de fábricas)
  • Opera, muitas vezes, em países estrangeiros e em alto mar.
  • O destino do pescado é o abastecimento de grandes mercados e de indústrias conserveiras.
  • As capturas são feitas em grandes quantidades.
  • A tripulação é numerosa.

GESTÃO DO ESPAÇO MARÍTIMO

As águas marítimas classificam-se segundo três categorias:

  • Águas Internacionais: zonas marítimas de acesso livre a todos os países.
  • Z.E.E. (Zona Económica Exclusiva): zona marítima que se estende até às 200 milhas marítimas. Os países costeiros têm o direito de explorar estas áreas embora têm também o dever de as preservar e fiscalizar.
  • Mar Territorial: zona marítima compreendida ao longo de 12 milhas a partir da costa, considerada território nacional do país a que pertence.

FACTORES QUE CONDICIONAM A ACTIVIDADE PISCATÓRIA

Plataforma Continental: zona pouco profunda e quase plana que prolonga os continentes e vai até os 200 m de profundidade com grande abundância de peixe porque:

  • As águas agitadas e pouco profundas, com bastante luminosidade, facilitam a oxigenação e o desenvolvimento do fitoplâncton e do zooplâncton que servem de alimento aos peixes.
  • Recebe águas continentais que transportam alimentos para os peixes e favorecem a agitação das águas.
  • Verifica-se um baixo nível de salinidade.

Correntes Marítimas: responsáveis pela renovação das águas e distribuição dos nutrientes, as zonas de contacto entre as correntes frias e quentes registam maior diversidade e quantidade piscícola.

Upwelling: subida à superfície de águas frias ricas em nutrientes.

Este fenómeno é despoletado por ventos continentais fortes que afastam as águas superficiais para longe da zona costeira, permitindo a subida das mais profundas.

A PESCA EM PORTUGAL

Portugal, por ser um país com grande costa, tem uma ZEE considerável.

Ainda assim, Portugal Insular regista ainda maiores valores a nível da área exclusiva devido à distância a que as ilhas de cada arquipélago se encontram.

A modernização da frota portuguesa tem permitido a atribuição de subsídios que melhoram a atividade piscatória em Portugal. No entanto, uma vez que é uma atividade perigosa e com algumas imposições (relativas ao limite de capturas e número de embarcações) verifica-se uma diminuição desta atividade.

IMPACTES AMBIENTAIS DA ACTIVIDADE PISCATÓRIA

Os avanços tecnológicos das técnicas de pesca facilitam o aumento da quantidade de pescado capturado, originando a extinção, a longo prazo, algumas espécies marinhas. A sobreexploração de recursos piscícolas origina a classificação de algumas áreas como áreas de reserva marinha interditas à pesca. Outra das formas de conservar estas espécies é a prática da aquacultura/aquicultura (criação de espécies marinhas em viveiros).