Áreas de fixação humana

ÁREAS DE FIXAÇÃO URBANA

POPULAÇÃO RURAL E URBANA

A população rural, que habita em zonas rurais, e portanto, menos desenvolvidas, é aquela que trabalha, principalmente, na agricultura, pecuária e silvicultura.

A população urbana, que habita nas áreas urbanas como cidades, é aquela que trabalha, predominantemente, na indústria, comércio e serviços.

FASES DE CRESCIMENTO DAS CIDADES

As cidades - aglomerados populacionais de grandes dimensões em que a população trabalha na indústria, comércio e serviços – são então, um exemplo de uma área urbana.

O crescimento das cidades divide-se em três fases específicas para o respectivo desenvolvimento:

1) Urbanização: corresponde à expansão da cidade e ao respectivo aumento.

2) Suburbanização: é o processo de crescimento da cidade, que vai ocupar os espaços rurais envolventes da mesma.

3) Periurbanização: consiste na urbanização dos espaços rurais mais próximos da cidade.

Conceitos:

  • Metrópole: cidade que se destaca pela sua dimensão.
  • Cidade Satélite: cidade que depende financeira e economicamente de outra.
  • Conurbação: junção de duas ou mais cidades a outra mais importante. Estas cidades encontram-se, portanto, na periferia de uma principal.
  • Megalópolis: grande extensão de áreas urbanas e suburbanas que ocupam o espaço de forma contínua.

 

URBANIZAÇÃO

A urbanização de uma sociedade origina uma rede urbana, ou seja, um sistema integrado de cidades que vai das pequenas ou locais às metrópoles ou cidades gigantescas. A regra geral é que para milhares de pequenas cidades existem centenas de cidades médias e poucas metrópoles.

 

FUNÇÕES URBANAS

Cada cidade tem uma função ou atividade pela qual é reconhecida – a função urbana.

A função urbana considera-se como a actividade principal que leva a encarar esta ou aquela cidade “especializada” numa determinada actividade, embora todas as cidades têm um pouco de todas as funções. Há funções urbanas que se destacam e pelas quais a cidade é reconhecida. 

 Eemplos de funções associadas a algumas cidades portuguesas:

  • Porto: comercial
  • Guimarães: histórica e cultural
  • Braga: religiosa e cultural
  • Albufeira: lazer
  • Aveiro: industrial
  • Fátima: religiosa
  • Lisboa: administrativa

MORFOLOGIA URBANA

A ocupação do solo urbano, o mapa das ruas, edifícios, espaços verdes origina a planta da cidade ou planta urbana (forma como o solo urbano é ocupado). O solo distribui-se pelas funções que nela se repartem ou pela antiguidade da cidade.

  • Planta Irregular: ruas sinuosas e estreitas, com dificuldade de movimentação automóvel, ruas sem saída e pátios interiores. Surge em cidades com grandes centros históricos. Exemplo: Porto
  • Planta Radiocêntrica: ruas circulares em torno de um centro (rotunda, castelo, praça, igreja, mercado, …). Surge em cidades que se desenvolveram na Idade Média. Exemplo: Évora
  • Planta Regular/Ortogonal: ruas geométricas (paralelas, direitas, perpendiculares, …) facilitando a circulação automóvel. Surge em cidades (re) construídas recentemente. Exemplo: Lisboa

 

PROBLEMAS URBANOS

As cidades nem sempre são perfeitas nem utópicas, emergindo inúmeros problemas.

Transportes e Trânsito:

  • Principalmente nas áreas mais antigas da cidade, onde as ruas estreitas e tortuosas, anteriores ao século XIX, não permitem a movimentação automóvel, sobretudo durante as horas de ponta.
  • Consequências diárias do trânsito existente na maioria das cidades são os engarrafamentos, lentidão, nervosismo, cansaço. 
  • Outro problema, o da falta de estacionamento Os transportes públicos são escassos para as necessidades e a qualidade não é comparável com a de veículos próprios.

Poluição:

  • atmosférica e sonora: as chaminés de algumas fábricas (número que tem diminuído), os escapes dos veículos e outras fontes poluentes tornam a atmosfera urbana irrespirável.
  • Os lixos urbanos (domésticos, industriais e hospitalares) e os esgotos que poluem os cursos de água. Os lixos são um duplo problema: a recolha dos lixos para manter as vias públicas limpas e destinar correctamente as toneladas de resíduos produzidos pela cidade.

Problemas Sociais:

  • Uma das razões que levou ao elevado crescimento urbano é a atracção das cidades nas populações de áreas rurais. No entanto, as cidades não têm possibilidade de se adaptar a um tão elevado número de população.
  • Surgem os bairros de lata (bairros de habitação precária sem condições), o desemprego, a carência de habitação (gerando os sem-abrigo), a promiscuidade, os assaltos, a droga, a prostituição, a delinquência juvenil, o alcoolismo, a desagregação familiar e outros problemas.
  • Todas estas consequências afectam certas minorias (étnicas, raciais, culturais, …) e não escolhem raça, sexo, religião ou nacionalidade. No entanto, estas dificuldades promovem situações de exclusão social e, por vezes, ataques de racismo e xenofobia.

Abastecimentos:

  • As cidades são grandes centros de consumo e no seu interior pouco se produz, pelo que a maioria dos bens e produtos devem ter condições de chegar atempadamente aos locais de venda, sem ficarem “presos” no trânsito urbano. Em relação aos abastecimentos é de referir que nestes não se encontram apenas os bens alimentares mas também a água potável e a energia.

Infra-Estruturas: C

  • Com o aumento das populações urbanas, as infraestruturas ficam rapidamente ultrapassadas e sem formas para satisfazer as necessidades das cidades.
  • Consideram-se, nestas infraestruturas, as redes de abastecimento de água e electricidade, os cabos de comunicações, as redes de escoamento de água (esgotos) e as próprias vias de comunicação (estradas).
  • A maior parte destas construções e funcionalidades foi pensada para um determinado número de habitantes que rapidamente se excedeu. Assim, com alguma frequência, surgem cortes de electricidade, falta de pressão nos canos de água, dificuldades nas linhas de comunicação e ruptura de canos de esgotos.
  • Como consequência, assistem-se a obras de beneficiação destas infra-estruturas de forma a colocá-las num funcionamento correcto pelos habitantes para o cada vez maior número de habitantes citadinos.

Espaços Verdes: 

O crescimento das cidades provoca a destruição de vegetação de forma a existir mais espaço para a construção. Diminuem os espaços verdes nas cidades que renovam e purificam a atmosfera, para além de serem áreas de descanso e lazer.

Equipamentos Urbanos: Creches, hospitais, lares de idosos, escolas...

Doenças:

  • Horários de trabalho, transportes públicos, situações de nervosismo e ansiedade que são visíveis nas horas de ponta.
  • A vida agitada explica falta de tempo para preparar refeições saudáveis. As cidades estão na era do “fast food”.
  • A má alimentação e o escasso exercício físico, adicionados à saturação, ansiedade e stress são causas suficientes para doenças cardiovasculares, obesidade, esgotamentos.
  • A poluição atmosférica e sonora também permite o desenvolvimento desde doenças respiratórias a perturbações psíquicas.

SOLUÇÕES DOS PROBLEMAS DAS CIDADES

A resolução de muitos dos problemas urbanos é um trabalho difícil e em constante actualização.

Algumas propostas de soluções poderão ser:

Planeamento urbanístico – onde se elabora um estudo aprofundado das cidades, estabelecendo depois localizações específicas para as diversas áreas (lazer, residenciais, administrativas, industriais, …)

  • Substituição dos bairros de lata por construções adequadas e bairros sociais
  • Diminuir a poluição: através de estações de tratamentos de lixos (urbanos, industriais) bem como de ETAR’s (Estações de Tratamento de Águas Residenciais), substituição de lixeiras por outros meios de depósito e tratamentos de lixos (aterros sanitários, incineração, compostagem), incentivar o uso de energias alternativas (renováveis) e de energias limpas (não poluentes), evitar o consumo desnecessário.
  • Incentivar o desenvolvimento de cidades de média dimensão, de modo a evitar que a atracção e concentração de populações se destine apenas a duas ou três cidades
  • Criação de mais parques de estacionamento, bem como melhorar os transportes públicos (quer em quantidade quer em qualidade), tornando-os mais atractivos para as populações

ÁREA DE INFLUÊNCIA URBANA

Em relação à área de influência urbana, é só de acrescentar algumas noções básicas:

  • Área Influência: área que cada lugar central mantém na sua dependência, em relação a determinadas funções. As áreas de influência de cada lugar central englobam as áreas de influência dos lugares centrais de categoria inferiores.
  • Lugar Central: lugar que fornece bens e serviços para uma área circundante; as cidades, vilas, aldeias são indubitavelmente lugares centrais. Mas também um simples lugarejo, desde que forneça bens e serviços à área circunvizinha.
  • Bens Vulgares: bens de utilização frequente e que, por isso, podem ser encontrados, com facilidade, no local de trabalho ou residência ou, pelo menos, em pequenos núcleos populacionais, electricidade, água ao domicílio, serviços oferecidos por oficinas de sapateiro e por barbearias, etc.
  • Bens Raros: bens cuja utilização é relativamente pouco frequente e que estão, por isso, concentrados especialmente nos centros urbanos e alguns deles apenas nas grandes cidades: automóveis, máquinas agrícolas, instrumentos musicais, serviços prestados por bancos e companhias de seguro, hospitais especializados, universidades, etc.
  • Raio de Eficiência: distância para além da qual existem poucas probabilidades de que alguém se desloque para adquirir determinado bem ou serviço.

CENTROS URBANOS

Tal como exposto anteriormente, redes urbanas são um conjunto de lugares e respectivos territórios adjacentes ligados por uma relação de ordem hierárquica a um centro principal.

As redes urbanas classificam-se segundo:



  • Rede Urbana Monocêntrica: é quando existe um centro urbano que, pela sua dimensão, se sobrepõe a todos os outros centros urbanos
  • Rede Urbana Policêntrica: é quando não existe um único centro urbano polarizador, mas vários de dimensão equivalente

 

Macrocefalia/Bicefalia: fenómeno urbano que se caracteriza pelo destaque de uma cidade na rede urbana. No caso da bicefalia, o fenómeno é idêntico embora a supremacia pertença a duas cidades.