Três respostas para o abandono escolar
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Apesar dos avanços no sistema educativo, o fenómeno do abandono escolar continua a ser um problema muito premente em vários países. Neste programa, olhamos para estratégias que têm obtido bons resultados na missão de trazer de volta os mais jovens para a sala de aulas.
Uma viagem ao mundo subterrâneo de Bucareste, onde muitas crianças de rua procuram abrigo entre os túneis do metro e as condutas de saneamento. Os números são da UNICEF que afirma existirem cerca de 1500 crianças de rua em Bucareste, a capital da Roménia. Um facto que se junta à herança histórica da era Ceausescu, cujo colapso lançou luz sobre a realidade de milhares de crianças abandonadas. Liviu era uma delas. Há 25 anos que se abriga no sistema de saneamento da cidade. Se conseguiu sobreviver até hoje, garante, foi por causa da ajuda de uma ONG chamada Parada. O projeto foi criado por um humorista francês, Miloud Oukili, que na década de 90 decidiu inspirar as crianças de rua através do circo. Daí surgiu a Parada, onde os mais novos podem aperfeiçoar talentos, adquirir competências pedagógicas e ter acesso a formação profissional.
De Bucareste passamos para bairros desfavorecidos no México, um país que lidera as tabelas da OCDE no que diz respeito ao abandono escolar. Mas é precisamente em áreas problemáticas que muitas famílias estão a avançar no sentido de tornar a educação uma prioridade. O México é o país da OCDE com maior taxa de abandono escolar. No contexto da América Latina, tem o pior registo – apenas 65% dos mexicanos tem mais do que o ensino básico e destes só 46% terminou o liceu. Adriana tem 14 anos e não hesita em escolher fazer os trabalhos de casa, em vez de passear com os amigos. Adriana frequenta a Christel House, uma escola que assumiu a missão de romper com o ciclo de pobreza. As únicas exigências são uma assiduidade de 95% e uma média positiva. Em troca, graças à fundadora – a filantropa alemã Christel DeHaan -, um ensino de qualidade sem propinas.
Para as crianças que crescem num meio assolado pelo desemprego, a pertinência de frequentar a escola pode ser colocada em questão. Qual a melhor forma de os motivar para o futuro e incitá-los a terminar os estudos? Um projeto britânico encontrou um método que mantém os alunos na sala de aulas. À primeira vista, é um sítio idílico. Mas a verdade é que Margate, no sudeste do Reino Unido, é uma das zonas mais pobres de Inglaterra. Aqui a taxa de desemprego ronda os 20%. Há três anos, um grupo de professores apostou num novo currículo chamado IBCC ou Bacharelato Internacional. No início, era aplicado em escolas de excelência, mas depressa os docentes quiseram alargar o espetro a mais estudantes, acentuando a vertente profissional. Aliás, a ideia é aliar disciplinas pouco habituais aqui a formações práticas.
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